sábado, 25 de abril de 2009

Vereadores de Paulo Afonso são contra a implementação do Monumento Natural, MONA, no Canyon do Rio São Francisco


A sessão da Câmara Municipal de Paulo Afonso de ontem 24/04 uniu os vereadores das bancadas da situação e oposição, onde discutiram a assinatura do decreto do projeto MONA – Monumento Natural no Canyon do São Francisco, que está prevista para próxima terça feira 28/04 dia do Bioma Caatinga. Todos os vereadores presentes na sessão foram unânimes em seus pronunciamentos. O vereador Regivaldo Coriolano lembrou o curto tempo para que seja discutido esse projeto e que essa discussão tem que ser analisada, já que a preservação do meio ambiente é importante, “O homem e sua maneira de viver deve estar inserido nesse contexto”. Todos os vereadores, inclusive o ex-prefeito e ex-vereador Zé Ivaldo, em seus pronunciamentos argumentaram e mostraram por que não são favoráveis a criação do MONA.

Uma comitiva formada pelo presidente da câmara, Antônio Alexandre e o vereador Gilson Fernandes na quinta-feira 23, visitaram algumas cidades que estão próximas do rio São Francisco e que sofrerão as mesmas conseqüências que Paulo Afonso caso seja criado o MONA e obtiveram apoio e solidariedade dos vereadores e prefeitos visitados. Antônio comentou que solicitou dos políticos que sejam acionados os Senadores e Deputados que obtiveram votos aqui na região para que tentem junto ao presidente Lula que ele não assine o projeto no próximo dia 28/4.O vereador Celso Brito disse que o momento é de todos os deputados que tem ligação com Paulo Afonso lutarem por um interesse comum, que é a não assinatura desse projeto.

No dia 17/04 aconteceu a terceira Audiência Pública solicitada pelo Ministério Público para a criação do MONA, onde a população presente se colocou contra a proposta do M.M.A. Sobre a terceira audiência representantes de associações de criadores de Tilápia e vereadores reclamaram que não foram avisados da audiência e só tomaram conhecimento no mesmo dia quando estava acontecendo a reunião.

Antônio Alexandre comenta

O presidente da Câmara Municipal Antônio Alexandre comentou a posição da Casa com relação à assinatura do decreto: “A posição da Câmara hoje com relação à questão da defesa do que o Ministério do Meio Ambiente quer implantar contra o ribeirinho no caso do projeto MONA, com certeza será contrária, não a preservação do Rio São Francisco, mas da forma como ela estar sendo implantada, de forma radical, de forma arbitrária, de forma que se implantou um radicalismo contra o ribeirinho do Rio São Francisco, contra o nosso piscicultor que simplesmente sobrevive das atividades de piscicultura, das atividades agrícolas, de pesca e do turismo que se utiliza do nosso rio São Francisco, portanto nós não iremos permitir que o Ministério do Meio Ambiente através de pessoas que não conhecem a realidade desse ribeirinho chegue aqui criando restrições a essas pessoas que toda uma vida conviveu muito bem com o rio São Francisco e através deles o rio nunca sofreu nenhum dano, e que o Ministério do Meio Ambiente verifique no alto do São Francisco os grandes problemas que nosso rio sofre com relação ao assoreamento, desmatamento, com relação a uma série de impactações que nem estudo eles fizeram, então nós não vamos aqui permitir pessoas que não conhecem a realidade do meio ambiente cheguem em nossa região para implantar coisas que nós não concordamos. Então eu agradeço a vocês da imprensa e tenho certeza que a Câmara tomará as atitudes junto aos órgãos competentes. Concluiu Antonio Alexandre.

Moção de Repúdio

A Câmara Municipal de Paulo Afonso, legítima representante do povo Pauloafonsino, interpretando o sentimento da comunidade que representa, faz inserir na Ata de seus trabalhos, MOÇÃO DE REPÚDIO, a implementação do Monumento Natural - MONA no Canyon do São Francisco, uma vez que se precisamos discutir de forma mais abrangente e transparente e que seja contemplados todos os envolvidos e interessados.

A criação nos moldes altamente excludentes do MONA é um contra-senso uma vez que contraria a vontade dos moradores das regiões onde o projeto pretende ser instalado, contraria também as políticas públicas desenvolvidas na região focadas na fixação do homem na terra, geração de emprego e renda, captação de recursos entre outras ações e culminará no aumento dos índices de desemprego, aumento na taxa de criminalidade, da fome e miséria, impactando de maneira catastrófica na economia da região.

È inaceitável num momento de crise econômica mundial, crise de alimentos, aumento das taxas de desemprego e inadimplência que uma ação do Governo Federal venha a se sobrepor aos direitos e garantias básicas do cidadão. A criação desse Monumento Natural, que é de interesse de uma minoria, não pode suprimir os interesses da grande massa contrariando o próprio significado da palavra democracia. A imposição e a arbitrariedade serão a grande marca e a principal mensagem desse projeto de Unidade de Conservação Integral, excluindo e marginalizando aqueles que são os principais prejudicados, o povo ribeirinho do São Francisco.
Em suma, numa região com os índices de desenvolvimento humano próximos aos mais baixos do país nascer uma proposta de desemprego e exclusão social além de anular um trabalho de mais de 20 anos de políticas e investimentos públicos voltadas ao homem do campo é no mínimo imoral.

Fonte: www.pauloafonsonoticias.com.br

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