
Mais uma vez os festejos juninos, que já tomam conta da capital da energia e dos municípios da região, se distanciam do verdadeiro sentido das comemorações de Santo Antonio, São João e São Pedro. Bandas e atrações de renome nacional (às quais tenho o maior respeito) irão “abrilhantar” os nossos festejos em homenagem aos santos católicos. Não sou contra estas bandas ou atrações. Sou contra é o uso do dinheiro público para financiar grandes atrações artísticas e empresários do setor de promoções e eventos.
Numa região pobre e com serviços públicos de educação e saúde de baixa qualidade, é indemissível que gestores públicos apliquem verdadeiras fortunas no financiamento de uma cultura exótica a nossa. São dois grandes equívocos: o primeiro quando o dinheiro público do nordestino pobre e excluído servindo para financiar a cultura “sertaneja” do sudeste maravilha ou as bandas estilizadas e artistas do Ceará e da Paraíba. Não se valoriza os artistas da terra. Ficam esquecidos os grupos folclóricos dos cangaceiros, as quadrilhas tradicionais e os forrozeiros Deca do Acordeom, Enoque, Elias Nogueira, Trapiá, Forró Desarmado, Bia Leite, Vitorino e Voz de Ouro, Dissonantes, dentre tantos outros talentos locais. O segundo equivoco é que se a intenção do serviço público é aumentar o número de visitantes para a nossa cidade não é desta forma que o turista vai se sentir atraído em sair de sua casa para ver a mesmice que ele já tem na sua terra natal.

Se quisermos ser diferentes temos que valorizar o que é nosso. É preciso promover o resgate do mais tradicional festejo de São João comemorado pela população e pelos turistas ao som da sanfona com a tradicional quadrilha, casamento matuto, forró pé de serra, xote, xaxado e baião. Pequenas ou grandes festas que reúnam a comunidade e muitos turistas, com barracas de comidas típicas feitas de milho, como a canjica e a pamonha, amendoim cozido, sarapatel, carne bode. No palco, show com artistas da terra e queima de fogos de artifício que, segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista. É o agradecimento do povo nordestino a Santo Antonio, São João e São Pedro pelas chuvas caídas nas lavouras, da colheita do milho e da safra de “inverno”.

Eu passei por tudo isso na mesma epoca que voce e sinto muita falta esse São João de hoje não tem nada a ver mesmo
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