segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Quintais produtivos dão sustentabilidade ao programa Flores da Bahia


Rosas, gérberas, copos de leite, áster, crisântemos e murtas vão embelezar mais ainda os quintais das famílias de Maracás e Barra do Choça, referências quando o assunto é floricultura. O potencial produtivo das cidades será aproveitado para revitalizar e ampliar o Programa Flores da Bahia, lançado em 2003. A ideia é fornecer capacitação e mudas para quem possui espaço e cisterna, aumentando assim o abastecimento do mercado, e a renda dos futuros pequenos produtores.

O projeto piloto, batizado de Quintais Produtivos, foi apresentado pelo secretário da Agricultura (Seagri), engenheiro agrônomo Eduardo Salles, neste final de semana, em Maracás, e deve aproveitar a estrutura e logística da cooperativa. O tom da conversa com o vice-prefeito Paulo dos Anjos, a coordenadora do programa, Cristiane Novaes, e técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) foi trabalhar de forma integrada, buscando cadastrar, selecionar, capacitar os interessados para a coleta e preparo de buquês.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento da Agricultura da Seagri, Almeida Júnior, a escolha de iniciar o projeto em Maracás se deve a toda cadeia produtiva local ser amarrada, desde a assistência técnica até o envolvimento dos agricultores familiares. “A Bahia tem um mercado ainda a ser explorado, já que produzimos apenas 30% das flores subtropicais que consumimos. A experiência exitosa de Maracás precisa ser replicada em outros municípios integrantes do Flores da Bahia", afirma.

Para a coordenadora do Flores da Bahia, Cristiane Novaes, o pioneirismo do município e engajamento dos governos fez do projeto um modelo a ser seguido. “Dos nove polos de produção, somos o único que evoluiu. Iniciamos com 25 famílias e hoje já alcançamos mais de 400 produtores. Muitos jovens se capacitam e se qualificam, e daqui montam em suas propriedades a réplica do projeto, se inserindo na atividade produtiva”, explica.

“A plantação de fundo de quintal é uma estratégia para abarcar ainda mais famílias carentes. O projeto estimula a participação de donas de casa e jovens, que têm na atividade além de uma terapia, um complemento da renda familiar”, destaca o vice-prefeito, Paulo dos Anjos.

Com investimentos de mais de R$ 1 milhão para cada projeto, o novo modelo pretende transformar os polos, com aptidão florífica, em centros produtores de mudas. Segundo o secretário Eduardo Salles, a intenção é trabalhar, principalmente, com mulheres e jovens, operacionalizando uma sustentabilidade ao projeto.

“Queremos diminuir a muleta do Estado e da prefeitura. Vamos fomentar a criação de mudas, difundir tecnologia e instigar a instalação, dentro da comunidade, de pequenos packing houses (estruturas beneficiadoras da flor)”, disse. Salles informou que os pequenos produtores terão no centro distribuidor de Narandiba, em Salvador, uma alternativa para escoar a produção.

Fonte:
Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri)
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domingo, 1 de janeiro de 2012

O que esperar de 2012?


Depois de um ciclo de 60 anos onde as grandes obras de construção das Usinas Hidroelétricas impulsionaram o crescimento da região (estima-se em mais de 30 bilhões de Reais investidos pelo Governo Federal através da CHESF) o que um dia foi um canteiro de obras perdido no meio do nada, às margens do rio São Francisco, Paulo Afonso transformou-se numa bela cidade, uma das mais belas da Bahia, com um comércio forte, entreposto regional de serviços nas áreas da saúde, educação e influência política, comercial e econômica num raio de 200 quilometros.
E cheia de problemas: populações, principalmente da periferia, sem direito aos serviços básicos e essenciais de saúde, educação, moradia, água e esgoto, urbanização, iluminação pública, segurança e transporte. Para muitos ainda é negado o direito de ser cidadão. É triste constatar, mas a menos de 10 km do complexo hidroelétrico da CHESF, pessoas, em pleno século 21, ainda passam fome ou vivam a mendigar um carro pipa com água. Muito pouco tem sido feito para se diminuir o abismo social e econômico existente entre os que podem, mas não querem e aqueles que muito necessitam e não podem. Aqueles que no passado deram as suas vidas para construir a “Redenção do Nordeste” hoje encaram a realidade de verem os seus filhos e netos sem perspectivas, muitas vezes entregues ao ócio, a violência, a prostituição e às drogas.
Faltam políticas públicas consistentes de desenvolvimento sustentável. Sejam para a zona urbana ou zona rural. Para o comércio, indústria, serviços ou agropecuária. Falta-nos uma política de atração de empreendimentos, de apoio ao comércio e às atividades industriais, de fortalecimento da agropecuária. O turismo ainda não se consolidou como alternativa econômica seja por falta de continuidade nas ações de promoção e marketing do turismo de aventuras e lazer, seja pela falta de planejamento para a visitação do canyon, das cachoeiras e hidroelétricas ou pelo descaso na manutenção e conservação dos monumentos e atrativos.
Como contraponto, a nossa agropecuária que sempre foi de subsistência, já sofre as influências positivas das políticas publicas de fortalecimento da agricultura familiar capitaneadas pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal. Cadeias produtivas aqui se instalam e comprovam o semi-árido como uma proposta viável. Sol o ano todo, água em abundância, terras relativamente baratas, podem nos tornar em breve num celeiro de produção, principalmente de frutas, verduras e hortaliças, através da irrigação, e na produção de proteína animal, seja ela de carne caprina, ovina, da piscicultura e na produção de mel. Capacitação aliada à tecnologia, crédito assistido, assistência técnica e organização do setor, valorizando o nosso homem e mulher do campo, dando-lhes a oportunidade de produzir, de em grupo agregar valor aos produtos e integrar as cadeias produtivas, agroindústrias e base de serviços. Através de políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa da Alimentação Escolar (PNAE) a garantia da comercialização a preço justo. É o “campo” mais uma vez que fará a diferença, produzindo alimentos, gerando riquezas, incluindo famílias na economia local, gerando empregos na zona rural e na zona urbana, oportunidades de trabalho para muitos e desenvolvimento sustentável.
Neste inicio de ano, como em todos os outros anos, nós costumamos desejar que as amarguras do ano que acabou fiquem para trás e, que o novo tempo traga para todos nós a realização dos nossos sonhos. Entendo que mais do que se desejar votos de Feliz Ano Novo, devemos também estar dispostos a escrever a nossa própria história e definir o nosso destino.
Como acontece a cada quatro anos, este ano teremos novamente eleições municipais para Prefeito e para Vereadores. É tempo de se avaliar o que foi prometido e não cumprido. Com os nossos votos podemos optar entre a continuidade de uma política que se preocupou tão somente em embelezar a cidade, esquecendo-se do seu povo que sofre e mendiga uma oportunidade de cidadania ou, se quisermos, poderemos optar por uma proposta onde o ser humano esteja acima dos interesses políticos e econômicos e que, efetivamente, acredite e incentive as vocações e potencialidades deste pedaço de sertão: a agricultura irrigada, a piscicultura, a caprinovinocultura, o turismo e o fortalecimento do entreposto comercial e de serviços.
Depende de nós.
Feliz 2012 com muita paz, saúde, prosperidade e desenvolvimento com justiça social.