sábado, 2 de abril de 2011
Na Contramão da História
Como a sétima economia do estado da Bahia, o município de Paulo Afonso apresenta uma diversidade muito grande de oportunidades e vocações para o surgimento de atividades empresariais, quais sejam: o município é sede administrativa; é entreposto comercial e de serviços; tem água, energia e terras baratas para implantação de projetos de agricultura irrigada, fruticultura e pecuária intensiva; seu subsolo tem fartura de reservas graníticas e de outros minerais ainda inexplorados; é o único município da região que dispõe de ensino de terceiro grau e escolas técnicas e, por este motivo, para aqui convergem, diariamente, centenas de estudantes de cidades circunvizinhas; possui o único aeroporto num raio de 300 km com iluminação noturna; está geograficamente localizado a menos de 500 km dos 10 maiores cidades do Nordeste Brasileiro; é juntamente com o município de Glória, o maior produtor de tilápias em cativeiro da América Latina; sem falar das belezas naturais – o canyon do Rio São Francisco, a Serra do Umbuzeiro, o Raso da Catarina, o complexo hidroelétrico da CHESF, que podem alavancar o turismo como oportunidade para muitos.
Diante de tamanha diversificação, são inúmeras as oportunidades que podem surgir a partir destas vocações e potencialidades, quer sejam nas áreas de comércio, indústria, serviços, agronegócios e da atratividade que poderá gerar o turismo de negócios e de aventura.
Infelizmente, aqui estes mesmos negócios não têm o tratamento devido, sendo muitas vezes desprezados e abandonados à própria sorte. Por falta de uma política pública de fortalecimento da economia local com base na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (que sequer foi encaminhada pelo executivo para apreciação pela Câmara de Vereadores) faltam incentivos fiscais, terras para instalação de novos negócios, obras de infra-estrutura, apoio creditício, programa de compras governamentais.
Só para exemplificar, para os pequenos negócios industriais é reservado um “distrito industrial”, sob forma de comodato, incrustado em edifícios abandonados de um canteiro de obras desativado pela CHESF no bairro Sal Torrado, próximo a CIRETRAN, sem infra-estrutura urbana, energia e telefone, longe de tudo e de todos, distante 6 km da BR mais próxima. Alegam que não existem terrenos para doação. Mas afinal de contas, de quem são os lotes do antigo Distrito Industrial de Paulo Afonso, localizado às margens da BR 110, no bairro Tancredo Neves? Desse jeito fica muito difícil atrair investidores. As empresas não podem ter acesso ao crédito por não terem garantias reais e, muitas vezes, por não terem recursos próprios para a contrapartida exigida pelo crédito oficial. A capacitação gerencial e tecnológica é um sonho quase que inalcançável. Falta apoio e orientação.
Acredito na força do pequeno negócio, seja ele formal ou informal, do campo ou da cidade, da indústria, comércio, serviços ou agropecuário, como a principal alternativa para o desenvolvimento da nossa cidade e região. Se olharmos bem, veremos o que acontece, por exemplo, no centro da cidade, onde a cada dia, mesmo com tantas dificuldades, surge uma nova pequena empresa, inaugura-se mais uma loja, um novo carrinho de hambúrguer, um novo vendedor de pastel, uma nova baiana fazendo tapioca de coco... É a forca do empreendedor, que apesar de todas as dificuldades, faz a sua parte e acredita em dias melhores.
Desenvolvimento com Justiça Social.
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